A grande variedade de climas existentes no Brasil exige uma escolha
mais específica da raça a ser utilizada, escolhendo, para cada região,
aquela que se adapta melhor às condições climáticas. Deve ser levada
em conta também a disponibilidade de animais da raça desejada
nas proximidades e do sistema de produção a ser escolhido, pois
isso garante um investimento mais bem aproveitado e retorno financeiro
positivo.

Boer.

• Fortes com excelente desenvolvimento físico;
• Corpo comprido e profundo; e
• Massas musculares bem distribuídas.

Savana.

• Animais compridos;
• Boa conformação de carcaça;
• Lombo comprido e largo;
• Pernil bastante desenvolvido;
• Maior resistência à insolação; e
• Maior resistência a parasitos.

Anglo Nubiana.

• Extremamente rústica para clima seco;
• Alta habilidade materna;
• Corpo longo profundo e bem conformado; e
• Raça de dupla aptidão, boas produtoras de leite.

Animais sem raça definida (SRD).

Os animais sem raça definida abrangem todos os caprinos que não
possuem origem definida, com misturas de duas ou mais raças.

As principais características dos animais sem raça definida são:
• Muito resistentes a verminoses;
• Adaptação fácil a qualquer região;
• Sem sazonalidade na reprodução; e
• Aquisição mais barata.

Cruzamentos mais comuns para a produção de carne.

Cruzamento significa o acasalamento de linhagens geneticamente
diferentes com a finalidade de produzir variedades que melhor se
adaptem a determinadas circunstâncias.

Cruzamento industrial.

É o cruzamento entre exemplares de duas raças diferentes resultando
em um cabrito mestiço, também chamado de F1.
Normalmente, usa-se um reprodutor especializado em produção de
carne com uma fêmea resistente às condições mais extremas.

O cruzamento industrial permite:
• Ter animais com boa produção de carne e, ao mesmo tempo,
resistentes;
• Ter menores gastos na aquisição, a depender da raça escolhida; e
• Escolher raças com melhores características maternas para
as fêmeas.

Cruzamento triplo ou tricross.

Nos cruzamentos triplos, as fêmeas meio sangue (F1), resultantes do
cruzamento industrial, são aproveitadas como matrizes, sendo cobertas
por machos puros.
Por exemplo, faz-se o cruzamento entre fêmeas adaptadas à região
e rústicas com bodes de aptidão para leite, gerando, assim, filhas
mestiças com rusticidade, boa produção leiteira e grande habilidade
materna. Essas filhas mestiças serão cruzadas com bodes especializados
em produção de carne gerando cabritos mestiços provenientes
das três raças.

Os benefícios dos animais provenientes deste cruzamento são:
• Alta velocidade de ganho de peso;
• Peso elevado a desmama resultante da produção leiteira da mãe
ser alta;
• Boa adaptação transmitida pela genética; e
• Cabritos precoces.

Cruzamento absorvente.

O cruzamento absorvente tem a finalidade de substituir uma raça ou
“grau de sangue” por outra, buscando ampliar o rebanho de animais
puros de uma determinada raça em situações nas quais a aquisição
pode ser difícil e/ou cara.
Com isso, um caprinocultor pode, ao longo do tempo, formar um
rebanho inteiro de uma determinada raça a partir de um grupo de
animais mestiços, daí surgindo animais classificados tecnicamente
como puros por cruza.
O cruzamento absorvente é feito a partir de um grupo de uma raça
escolhida ou animais sem raça definida com reprodutores de raça
especializada em produção de carne. Após a quinta geração do cruzamento,
os cabritos serão considerados puros por cruzamento.

Todos os créditos do conteúdo reservados à:

Equipe SENAR.

Presidente do Conselho Deliberativo
João Martins da Silva Junior
Entidades Integrantes do Conselho Deliberativo
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA
Confederação dos Trabalhadores na Agricultura – CONTAG
Ministério do Trabalho e Emprego – MTE
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA
Ministério da Educação – MEC
Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB
Confederação Nacional da Indústria – CNI
Diretor Geral
Daniel Klüppel Carrara
Diretora de Educação Profissional e Promoção Social
Janete Lacerda de Almeida

Referências:

ALBENZIO, M., SANTILLO, A., AVONDO, M.,NUDDA, A.,CHESSA, S.,PIRISI,
A & BANNIR, S. Nutritional properties of small ruminant food
products and their role on human health. Small Ruminant Research,
135, 3-12, 2016.
ELOY, A. M. X.; COSTA, A. L.; CAVALCANTE, A. C. R.; SILVA, E. R.; SOUSA,
F. B.; SILVA, F. L. R.; ALVES, F. S. F.; VIEIRA, L. S.; PINHEIRO, R. R. Criação
de caprinos e ovinos. Brasília, DF: Embrapa Informação Tecnológica;
Sobral: Embrapa Caprinos, 2007.
GONÇALVES, L.C., BORGES, I. Manual Prático de Caprinos e Ovinocultura.
UFMG, Belo Horizonte, 2002.
GUIMARÃES FILHO, C.; ATAÍDE JUNIOR, J. R. Manejo básico de ovinos
e caprinos: guia do educador. Brasília : SEBRAE, 2009.
MADRUGA, M.S.; Carne Caprina: Verdades e Mitos à luz da Ciência.
Artigo Técnico: Revista Nacional da Carne, v.264, n.23, p.34-40, 1999.
PARDI, M. C., SANTOS, I. F., SOUZA, E. R., et al. Ciência, Higiene e Tecnologia
da Carne. Goiana: Eduff, 1995. v. 1. 586 p.

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